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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-9-72-205288-7
Editora: Editora Independente/Não Encontrada
Não existem milagres, profetas na arquibancada fazendo milagres ou manás caídos do céu para o gramado. No futebol, mesmo durante algum jejum de títulos, os torcedores são atraídos, apenas, pela mística do seu clube de coração.
Jesus, no Benfica, não era onipotente. No entanto, a sua importância excedia a dos demais treinadores. Durante uma entrevista, o professor Manuel Sérgio afirmou que achava difícil que o Benfica obtivesse um treinador de maior envergadura.
De fato, Jesus realizou um trabalho extraordinário, mas, em algumas ocasiões teve azar. No jogo, não restam dúvidas, há muito de azar. Em certas ocasiões, parece que o diabo está permanentemente em serviço, enquanto os anjos fazem greve.
O esporte pode ser cruel. Na temporada de 2012/2013, a três jogos do final da competição nacional portuguesa, o Benfica de Jesus contava com 4 pontos de vantagem sobre o Porto.
Entretanto, esse “demônio” se manifestou em um imprevisível empate, uma derrota em casa (Estádio da Luz) sobre o Estoril e em uma derrota por 2 a 1, nos acréscimos, para o Porto, no estádio do Dragão. Foi o que bastou para que o tão sonhado título escorresse por entre os dedos de Jesus.
A frustração deixou os torcedores profundamente desanimados. Luís Felipe Vieira, dirigente do clube, foi muito pressionado para não renovar o contrato com o treinador. Essa pressão se tornou ainda maior na ocasião em que, em menos de 30 dias, todos os projetos desenvolvidos pelo treinador “morreriam na praia”.
Vieira, porém, manteve-se firme na decisão de continuar com Jesus. Essa renovação contratual fomentou diversas manchetes, agitando o jornalismo esportivo português. Enquanto a recontratação não era oficializada, a torcida demonstrava seu apoio.
Até mesmo o discreto ídolo da seleção, Luís Figo, declarou que gostava da forma de trabalho de Jorge Jesus. No mês de março de 2013, em entrevista concedida à Rádio Renascença, o ex-treinador Toni declarou que não seria necessário aguardar o final da temporada para manter Jesus no Benfica.
Ele acreditava que o mais importante, em um time de futebol, é apostar na continuidade, em vez de ficar esperando que o clube ganhe ou perca um campeonato. Ressaltou, ainda, que o trabalho era, no geral, positivo, valorizando um time de alta qualidade.
A opinião de Toni tinha uma enorme importância. Afinal, ele atuou como meio-campista por 13 anos. Como treinador, conquistou 2 ligas e 1 Taça de Portugal. Na referida entrevista, ele apontou o exemplo do treinador da equipe inglesa do Manchester United, Sir Alex Ferguson, que, ao longo de 6 temporadas, não conquistou nenhum título.
Mas, após esse tempo “em branco”, Ferguson dirigiu sua equipe na conquista de mais de 30 títulos, tornando-se o maior vencedor da história do futebol britânico. Outra figura de grande destaque na história benfiquista, Manuel Damásio, enfatizava que a persistência é condição imprescindível para o sucesso.
O cartola, que presidiu o clube de 1994 a 1997, lembrou o caso de outro time europeu, o alemão Bayern de Munique que, em 2011 e 2012, não venceu nenhum campeonato e, mesmo assim, manteve o seu treinador.
A partir de 2013, Juup Heynckes ganhou todos os campeonatos que disputou. Para Damásio, esse era o exemplo que deveria ser seguido pelo Benfica e por seus torcedores.
Com isso, o ex-presidente manifestava seu claro apoio à manutenção de Jorge Jesus no cargo, pois acreditava que os resultados seriam bons e, mesmo que não fossem, todo o apoio deveria ser dado ao treinador.
Em maio de 2013, o discurso de Filipe Vieria indicara a manutenção do treinador Jesus. Em suas palavras: “Para o ano que vem, repetiremos o que fizemos esse ano, escrevendo, apenas, um final bem diferente. Temos todas as condições para concretizar isso”.
Durante um jantar com mais de setenta associados do Benfica, sediado no Estádio da Luz, Vieira reconheceu que o final da temporada não foi o melhor possível, mas rejeitou abrir mão de todos os avanços obtidos nos últimos anos.
Além disso, censurou veementemente o que chamou de “tendência suicida”, segundo a qual tudo deve ser mudado quando o time não vence dentro de campo. Para o presidente, se o Benfica tivesse se tornado campeão, ainda haveria coisas a corrigir. O fato de as conquistas não terem vindo não implicaria que “tudo está errado”.
Para o presidente, era necessário promover mudanças ponderadas, no intuito de não comprometer os pontos positivos conseguidos no último período. Para tanto, segundo ele, não poderia temer as próprias convicções.
Para terminar seu discurso, fez uma promessa: “vamos manter o rumo, trabalhando com a mesma intensidade, rigor, paixão e seriedade”. Em junho de 2013, essa promessa se materializou: o clube comunicou à CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários), a renovação de Jesus.
Agora que chegamos à metade da leitura, vamos conhecer mais de perto algumas características que fizeram de Jorge Jesus uma das figuras mais marcantes e vitoriosas do futebol contemporâneo: desde as questões contratuais, passando pelo seu vício no trabalho até o extremo cuidado com a sua imagem.
Vale destacar que a presente obra foi redigida ao final de 2013. Naquela época, qualquer clube que ambicionasse contratar Jesus para as duas temporadas seguintes teria de ressarcir o Benfica em 7 milhões de euros, além de uma taxa de 23% de multa contratual, somando, 8,61 milhões de euros, no total.
O novo contrato celebrado com as Águias (outro apelido carinhoso do time, uma vez que esses animais estão presentes em seu escudo) prevê o pagamento de indenização ao treinador caso a equipe decida dispensá-lo antes da extinção do vínculo.
Nessa situação, Jesus receberia todos os salários compreendidos entre o seu desligamento até o final do período estipulado em contrato. Os valores mantiveram-se bastante elevados: 4 milhões de euros por temporada.
Essas importâncias colocaram Jesus entre os mais valiosos técnicos do mundo. Como treinador do Benfica, ele conquistou o campeonato nacional e a Taça da Liga por três vezes consecutivas.
A expectativa da autora era a de que Jesus cumpriria todos os objetivos e deixaria seu nome gravado para sempre na história do Benfica. Esse novo acordo previa, também, prêmios por objetivos.
Caso vencesse o campeonato português da temporada seguinte, 2013/2014, Jorge Jesus receberia 1 milhão de euros, a título de bônus. Tal montante ilustra bem a aposta do clube e, principalmente, sua fé no treinador.
Jorge Jesus almejava transformar o contexto de apoio aos integrantes da equipe, visando reparar eventuais erros do passado. Por exemplo, a notícia da demissão de Antônio Carraça, diretor-geral de futebol do clube, pegou a imprensa esportiva de surpresa.
Afinal, Carraça era o elemento de ligação entre a administração burocrática, o departamento médico, os jogadores e a equipe técnica. Entretanto, foram registrados vários atritos entre ele e Jesus, de modo que sua saída foi, de certo modo, inevitável.
A posição foi preenchida, então, por Lourenço Coelho. A partir desse momento, o trio de líderes composto por Jorge Jesus, o presidente Luís Filipe Vieira e o próprio Lourenço passaram, nas palavras da autora, “a dar a cara” a tapa, expondo-se publicamente em prol do Benfica.
O presidente administrador da Sociedade Anônima que gerencia o futebol do clube português, Rui Costa, teve os seus poderes fortalecidos nesse novo cenário. Formado nas escolas de base do Benfica e campeão na temporada 1993/1994 (antes de se transferir para o futebol italiano e defender as cores de Fiorentina e Milan), encarregou-se de estabelecer o contato com todas as equipes técnicas do clube, visando resguardar, ao máximo, os jogadores profissionais.
Talvez seja a forma intensa pela qual encara o futebol, o nervosismo cotidiano ou os nervos à flor da pele em cada partida que lhe provocam uma inegável evidência: os cabelos do treinador só não estão de todo brancos porque Jesus não facilita.
Durante o tempo em que treinou o Belenenses, frequentava o cabeleireiro Antonius, na cidade de Lisboa. A propósito, ele foi o primeiro e, até hoje, o único homem a ser atendido naquele salão, que é exclusivo de senhoras. Sua mulher havia perguntado ao dono do estabelecimento se ele poderia ser atendido.
Extremamente ansioso nos 90 minutos de jogo, é um freguês curiosamente paciente. Após ter os cabelos lavados com shampoos especiais e condicionador voltado a domar raízes onduladas, Jorge Jesus ficava cerca de uma hora com folhas de prata ou uma touca enrolada na cabeça.
Enquanto os produtos agiam, o treinador esperava com bastante calma, respondendo a dezenas de mensagens e chamadas telefônicas.
Não é brincadeira, tampouco exagero. Jorge Jesus trabalha, em média, 12 horas por dia, tanto no próprio Estádio da Luz quanto no Seixal, centro de treinamentos do clube. Não por acaso, ele se tornou um dos treinadores da “moda” no futebol europeu.
Desde 2009, os corações dos torcedores voltaram a sentir a mística do “Glorioso”, como carinhosamente chamam o time. Os estádios voltaram a ficar lotados em suas apresentações, o apelido de “chama imensa” voltou, também, a fazer sentido.
A euforia dos associados passou a ecoar com um crescente vigor. Canais de TV, rádios, jornais e outros veículos de imprensa dedicaram a Jorge Jesus o tão merecido destaque.
A sua capacidade profissional foi capaz de surpreender a todo o mundo esportivo. Uma fonte próxima ao presidente do Benfica, citada pela autora, inclusive, exclamou: “Luís Filipe anda todo feliz, só falta erguer uma estátua em homenagem a Jorge Jesus”.
Com efeito, o dirigente do nono maior clube da Europa, e o maior de Portugal, voltava a sorrir quando assistia a uma partida considerada memorável. O treinador foi o primeiro a chegar nas instalações do clube.
Antes das 8 horas da manhã, já era possível encontrar Jorge Jesus debruçado sobre o seu plano de trabalho do dia. Minervino Pietra, Raul José e Miguel Quaresma, os seus adjuntos, o acompanhavam, embora nem sempre com a mesma frenética intensidade.
Observar equipes adversárias e outros jogadores em vídeos ou absorver esquemas táticos inovadores são algumas das principais tarefas que o comandante do time não abre mão de fazer todos os dias.
Cumpre ressaltar, por fim, que Jorge Jesus foi, praticamente, um autodidata. Isso significa que ele soube capitalizar sua experiência como jogador profissional, articulando-a com muita intuição, trabalho e pesquisa.
A sua insatisfação, não raro, beira o descontrole. A agressividade que ele expressa, também, é típica de um profissional inquieto, que não para no tempo e vive com afinco todas as dimensões do esporte que tanto ama.
Isto é, mesmo sem apresentar uma vasta formação acadêmica, foi capaz de selecionar criteriosamente os melhores colaboradores, recolhendo, de cada um, os apoios necessários para seguir em frente.
De tal sorte que seu caráter, considerado excessivamente individualista, foi sendo suavizado e controlado pela profundidade das experiências adquiridas.
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É jornalista e escritora portuguesa de grande destaque e i... (Leia mais)
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